Postagens Recentes:

# A inversão dos pólos magnéticos da Terra

Baseando-se no estudo de fluxos de lava basáltica em todo o mundo, foi proposto que o campo magnético da Terra inverte-se em intervalos que variam de dezenas de milhares a milhões de anos, com um intervalo médio de aproximadamente 300.000 anos. No entanto, constatou-se que o último evento, chamado de a reversão de Brunhes-Matuyama, ocorreu há 780.000 anos.

Ilustração da ação da ionosfera como escudo de
proteção durante as tempestades de partículas energéticas espaciais. O vento solar atinge o campo magnético terrestre (linhas azuis), aquece a ionosfera e provoca a ejeção de íons de oxigênio (a verde), que são capturados pelo campo magnético terrestre e formam uma nuvem de plasma quente (a vermelho). O duto azul representa o fluxo de velocidades elevadas destas partículas e os anéis de fogo nas regiões polares representam a contribuição destas partículas nas
auroras boreais. (Foto: NASA.)

Não há uma teoria clara e definitiva de como a inversão geomagnética pode ter ocorrido. Alguns cientistas produziram modelos para o núcleo da Terra onde mostra o campo magnético quase-estável e os pólos podem migrar espontaneamente de uma orientação para  outra ao longo de algumas centenas a alguns milhares de anos.

Outros cientistas propuseram que o geodínamo primeiro pára espontaneamente ou através de alguma ação externa, como o impacto de um cometa, e, em seguida, retorna a funcionar com o pólo norte magnético apontando para o Pólo Norte geográfico ou para o Sul.

Os eventos externos não são susceptíveis de serem as causas das rotinas de reversão do campo magnético devido à falta de uma correlação entre a idade das crateras de impacto e o calendário de inversões.

Mas, independentemente da causa, quando o pólo magnético vira de um hemisfério para o outro isso é denominado de uma reversão geomagnética, e quando pára e retorna na mesma direção é chamado de excursão geomagnética.

Estudos de fluxos de lava na Montanha Steens, Oregon, Estados Unidos, indicam que o campo magnético terrestre poderia ter se deslocado a uma velocidade média de até 6 graus por dia em algum momento na história do planeta; que, significativamente, desafia o entendimento mais conhecido do funcionamento do nosso campo magnético.

Estudos paleomagnéticos como estes, tipicamente consistem em medições da magnetização remanescente em rochas ígneas de origem em eventos vulcânicos. Sedimentos encontrados no fundo dos oceanos orientar-se com o campo magnético local, sinal que a orientação polar do período pode ter sido registrada neles com a solidificação da lava.

Muito embora os depósitos de rochas ígneas sejam principalmente paramagnéticos, eles também contêm vestígios de materiais ferro e antiferromagnético na forma de óxidos de ferro, dando-lhes a capacidade de manterem a magnetização remanescente. Na verdade, esta característica é bastante comum em muitos outros tipos de rochas e sedimentos encontrados em todo o mundo. Um dos mais comuns desses tipos de óxidos, encontrados em depósitos de rocha natural, é a magnetita.

Um exemplo de como essa propriedade das rochas ígneas nos permitem determinar que os pólos da Terra se inverteram no passado é a medição do magnetismo entre os cumes de montanhas nos oceanos. Antes de saídas de magma do manto através de uma fissura, esta está uma temperatura extremamente elevada, acima da temperatura Curie que qualquer óxido ferroso possa alcançar.

Um íman, quando aquecido, perde as suas propriedades magnéticas pois o calor provoca um desarranjo na disposição das suas partículas. Como consequência, acima de uma determinada temperatura os condutores perdem suas propriedades magnéticas. Esta temperatura, que é constante para cada substância, é denominada Temperatura de Curie ou Ponto de Curie. Nesta temperatura os materiais perdem suas propriedades ferromagnéticas. Esta transição é reversível através do resfriamento do material.

A lava começa a esfriar e se solidificar quando entra em contato com o oceano, permitindo que estes óxidos ferrosos, eventualmente, recuperem suas propriedades magnéticas, especificadamente, a capacidade de manter uma magnetização remanescente.

Admitindo-se que o único campo magnético presente nesses locais tenha sido o que se associou com o da própria Terra, essa rocha solidificada tornou-se magnetizada na direção do campo geomagnético do período.

Embora a força do campo seja bastante fraca e o teor de ferro das amostras de rochas típicas seja pequeno, a magnetização remanescente relativamente pequena das amostras está perfeitamente dentro dos parâmetros de medição e detecção dos magnetômetros modernos. A idade e magnetização das amostras de lava solidificada podem, então, ser medidas para determinar a orientação do campo geomagnético durante as eras antigas.

CONSEQUÊNCIAS PARA O HOMEM E MEIO AMBIENTE

Se por acaso venhamos a experimentar uma inversão geomagnética ao longo de nossas vidas (o que dificilmente ocorrerá), experimentaremos a visão de auroras em todas as latitudes, enquanto o campo magnético dipolar estiver se assentando em seu novo estado invertido.

Bela paisagem produzida pelo fenômeno da Aurora Boreal, Seltjarnames, Islândia. (Foto: Orvaratli/Flickr.)

Poderá haver um pequeno incremento no bombardeio das partículas energéticas espaciais, os raios cósmicos (que não implicará que não iremos mais ter a proteção magnética, estaremos protegidos pela nossa espessa atmosfera). Os satélites poderão passar por falhas e os pássaros e outros animais migratórios ficarão confusos. Fora isso, nenhuma interferência catastrófica ou de extinção em massa da vida na Terra como vêm afirmando várias previsões apocalípticas que difundidas por aí. Afinal, o homem primitivo, o homo erectus, sobreviveu à última inversão geomagnética, aparentemente sem sofrer danos.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre. (Tradução adaptada: Leandro Lima.)
Fragmentos de: Eternos Aprendizes.

Leia outras postagens:

Comentários Recentes

Seguidores do blog

Observação: é necessário possuir uma conta Google, Yahoo!, Twitter ou uma Open-Id. Grato!

Postagens Aleatórias